Vício por novidade 

Acordo, e a primeira coisa que vejo muito antes de abrir os olhos é conferir as notificações do celular, atualizo todas redes sociais antes de levantar da cama. Bombardeio meu cérebro com milhões de informações sobre coisas variadas, antes mesmo de acordar direito.

Uma das principais características do mundo atual – contemporâneo é a globalização, é evidente que recebemos mais informações do que a 30 ou 40 anos. Tanto é que a maioria das pessoas que viveram nessa época não conseguem acompanhar hoje a velocidade das noticias, das informações quanto as gerações mais novas.

Nunca se produziu tanta informação e ao mesmo tempo tanta informação inútil. Quando não adquirimos um filtro, absorvemos tudo, o cerebro recebe mais do que consigo processar, podendo as vezes haver dor de cabeça e cansaço.

Temos a sensação de que se ficarmos sem internet, sem checar as redes socias de 5 em 5 minutos vamos perder uma informação crucial para nossa sobrevivência, algo importante. Contudo, mais da metade poderia ser descartada, e são apenas informações inútil que poderiam ser descartadas. 

Nos tornamos mais exigente, todo tem que ser agora, tudo tem que ser feito rápido. A ansiedade é algo natural do ser humano desde a pré história , foi ela que nos protegeu dos perigos nos tempos antigos, mas hoje ela está em proporções muito elevadas surgindo transtornos como a TAG Transtorno de Ansiedade Generalizada é caracterizado pela ansiedade e preocupação excessivas e sem motivo real.

Temos tambem a falsa sensação de notificação do celular, que juramos que chegou alguma notificação mas não chegou nada, é só criação da nossa mente viciada.

Não estou falando avulsivamente, há vários estudos e pesquisas que relatam isso. Trecho retirado do site da uol mente cérebro.

Sensações de ansiedade, desamparo, angústia, impotência e até sintomas físicos de pânico, como taquicardia e sudorese. Essas manifestações tão típicas de uma síndrome deflagrada por um hábito extremamente recente: o uso do celular e outros equipamentos tecnológicos que permitem a comunicação. Os sintomas aparecem quando a pessoa não está com os aparelhos ou, por algum outro motivo, está impossibilitada de se comunicar por meio deles.

Trechos retirados da matéria do jornal El País.

Em 2004 quando a professora Gloria Mark, titular do Departamento de Informática da Universidade da Califórnia Irvine, comparou nossa tendência a checar de modo compulsivo o e-mail e as redes sociais com nosso comportamento ante uma máquina caça-níqueis. Olhamos o celular porque buscamos uma gratificação. E a mera expectativa de poder obtê-la é suficiente para fazer com que voltemos o tempo todo em busca dela – recorremos ao telefone entre 80 e 110 vezes por dia. 

Mentes errantes, mentes infelizes. Dizia um artigo científico da revista Science, publicado em novembro de 2010 (A wandering mind is an unhappy mind, Uma mente errante é uma mente infeliz), de Matthew A. Killingworth e David T. Gilbert. Conclusão a que se chegou após inserir um app nos celulares de 5.000 pessoas de 83 países diferentes para que respondessem perguntas sobre seus pensamentos, sentimentos e sensações em tempo real. Somos mais felizes se concentramos a atenção.

Há solução para a dispersão. Essa dificuldade de concentrar a atenção qualificada comomonkey mind é reversível. O cérebro é um órgão que se adapta constantemente, que pode ser reeducado. A capacidade de se concentrar é algo que se recupera com treinamento. Existem executivos que recorrem a técnicas de desconexão digital e pagam coaches para que se encarreguem de redirecionar seus processos de atenção. 

Estratégias de defesa. Colocar o celular no modo silencioso. Desativar as notificações que aparecem na tela para que os alertas não interrompam o tempo todo a tarefa que estamos fazendo. Não dormir junto com o telefone para não deitar e levantar com ele. Desligá-lo um pouco durante o fim de semana e também nas férias. São apenas algumas das medidas propostas pelos neuropsicólogos e estudiosos da atenção consultados para esta reportagem, e que eles mesmos usam para não prejudicar sua capacidade de concentração. 

Podemos achar que esse vício não faz mal, mas tudo em excesso faz mal, todo vício é maléfico, tanto é que existem clínicas de reabilitação para dependentes de celular. Esta na hora de pensar até quando o celular deixa de ser algo bom para algo que cause dependência e outros problemas.

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